sábado, 21 de julho de 2012

Um pouquinho dos Deuses : Osiris


Osíris é, miticamente, a primeira de todas as múmias, dando assim justificativa à prática do embalsamamento. Ísis, sua esposa-irmã, opõe-se à catástrofe da sua morte com a prática da magia, o recurso da mumificação e a milagrosa concepção de Hórus. A lenda não nos chegou através de documentos egípcios, a não ser por fragmentos textuais, vinhetas e algumas cenas em tumbas, mas já relacionadas às exéquias de alguma personagem.
Quem nos revela Osíris é Plutarco, da Queronéia, nascido por volta da primeira metade do século I d.C. Essa lenda, mais que qualquer outra, exerceu uma enorme influência no espírito egípcio.
Fica claro para os estudiosos do Egito, a antiguidade do culto a Osíris que tomou a importância no Médio Império quando foi explicitamente refletido nas práticas funerárias, independentemente do culto ao próprio deus em templos específicos.
, o deus-sol, descobrindo que Nut, a senhora dos céus, estivera em companhia de Geb, a terra, lança sobre ela um castigo pelo qual a deusa não poderia procriar em nenhum mês ou ano. O deus Thot, também apaixonado por Nut, em um jogo com a lua ganhou-lhe a sétima parte de cada uma de suas luminárias.
Juntando essas partes, que formavam ao todo cinco dias, acrescentou-as aos trezentos e sessenta dias do ano. Dessa forma Nut pode gerar filhos. No primeiro dia nasceu Osíris; no segundo Hórus (o velho); no terceiro Seth; no quarto Ísis; e no quinto diaNéftis. Seth casou-se com Néftis e Osíris com Ísis.
Osíris dedicou-se a civilizar seus súditos, desviando-os do seu antigo estilo de vida nômade, indigente e bárbaro.
Ensinou-os a cultivar a terra e a aproveitar da melhor maneira os seus frutos; ensinou-os a trabalhar com os metais e a fazer armas para defenderem-se das feras; convenceu-os a viver em comunidade e a fundar cidades; deu-lhes um conjunto de leis para que por elas o povo regulasse sua conduta e instruiu-os na reverência e adoração aos deuses.
Ísis, a irmã-esposa de Osíris, curava as doenças dos homens e expulsava os espíritos malignos com magia; fundou a família; ensinou os homens a fazer pão e às mulheres todas as artes femininas. Osíris decidiu levar esses conhecimentos ao resto do mundo e confiou a regência do seu trono a Ísis. Durante a ausência de Osíris, seu irmão Seth tentou apossar-se do trono, mas foi frustrado em suas intenções por Ísis.
Osíris regressou de sua viagem, concluída com êxito, e Seth armou nova trama: tirou as medidas do corpo de irmão, em segredo, e mandou fazer uma bela arca, adornada e realçada com pedras. Deu uma festa em comemoração ao retorno de Osíris e propôs que presentearia com a arca a quem nela entrasse e a ocupasse com o próprio corpo. Todos os convidados entraram na arca mas ela sempre resultava grande. Chegou a vez de Osíris cujo corpo, de grande estatura, adaptou-se perfeitamente à arca. Seth e seus cúmplices fecharam a arca lacrando-a e lançando-a no rio Nilo.
"O dia do assassinato de Osíris foi o 17º do mês de Háthor (novembro) quando o sol estava na constelação de escorpião. De acordo com alguns, Osíris estava no 28º ano de seu reinado e, de acordo com outros, no 28º ano de idade.
Quando a notícia do assassinato alcançou Ísis, que estava na cidade de Coptos, ela imediatamente cortou uma das mechas dos seus cabelos, colocou roupa de luto e vagou pelo país em estado perturbado procurando a caixa que continha o corpo de seu marido".(1)
Sete escorpiões escoltavam a deusa que chegou à cidade de Pa-Sin em trapos e esgotada. Daquele jeito, e com tão ameaçadora comitiva, não encontrou quem a hospedasse. Uma mulher fechou-lhe a porta no rosto. Osescorpiões, vingando o insulto à deusa, injetaram seu veneno em sua dirigente Tefen que entrou na casa da mulher, encontrou o seu filho e picou-o.

O veneno era tão poderoso que a casa foi envolvida em chamas. Uma outra mulher, de nome Taha, apiedou-se da deusa e a acolheu. Aquela outra, de nome Usa, não encontrou água para apagar o incêndio e correu em desespero com o filho nos braços.
Ninguém a socorreu, mas a deusa Ísis acabou por ter pena dela e fez com que uma chuva apagasse o incêndio. Ordenou, também, que o veneno saísse da criança. Usa, reconhecendo a deusa, implorou-lhe perdão e ofereceu presentes a Ísis.
Ísis continuou a sua busca e soube, por algumas crianças que brincavam à margem do rio, que a caixa procurada havia passado por ali em direção ao mar.

"Nesse meio tempo as ondas carregaram a caixa para a costa da Síria e a lançaram em Biblos, e tão rápido repousou sobre a terra, uma grande árvore (Erica) brotou de repente, desenvolvendo-se toda em torno da caixa, cercando-a por todos os lados".








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